sábado, 31 de março de 2012

JOHN CAGE - PERFORMANCE


John Cage nasceu, John Cage morreu, as datas são 1912 e 1992. Compositor, poeta, apaixonado por Thoreau e Duchamp, ensinou na Black Mountain College, colaborou com Merce Cunningham, escreveu alguns dos livros de poesia mais vivificadores da segunda metade do século XX (influência que foi sentida em todos os campos, da música às artes visuais e à poesia, incitando-as à performance), continua sendo ignorado em praticamente toda antologia de poesia norte-americana ou internacional. Seus textos tornaram-se, no entanto, centrais para a compreensão de grande parcela da poesia contemporânea. Como Wittgenstein, que também escreveu livros dificilmente compreendidos por uma taxinomia de gêneros engessada e que segue ditando "formas poéticas" de contextos passados, impostas como "essências eternas" para a poesia de qualquer tempo, Cage doou-nos com uma generosidade enorme uma poética de implicações, de incertezas, de borrar da fronteira que separa arte e vida, de quebra de valores hierárquicos entre sons, palavras, materiais, fazendo música e poesia com o quotidiano (patos de borracha e receitas culinárias para o preparo de cogumelos, "pianos preparados" e textos de James Joyce).

sexta-feira, 30 de março de 2012

HÉLIO OITICICA



Entre tantas outras loucas propostas de Oiticica, uma delas foi a “Tropicália” (1967), era um jardim com pássaros vivos entre plantas, lado a lado com poemas objetos. Essa arte inspirou até o nome do movimento que ele participava na época: “A Tropicália” e os artistas “tropicalistas”. E depois que abandonou os quadro suas criações foram instalações como “Penetrável”, “O Grande Núcleo” e outros dessa fase que traziam o mesmo conceito de interação. A obra que os estudiosos dizem ter um pezinho na arte contemporânea é o “parangolé”. Foi realmente uma farra e deu até samba. Eu explico: A idéia dos Parangolés apareceu para Oiticica no momento que ele se envolveu com o samba e sua performance começou a ser projetado com a participação da comunidade. E o que são os parangolés?
“Parangolés são capas, estandartes, bandeiras para serem vestidas ou carregadas pelos participantes... As capas são feitas com panos coloridos (que podem levar palavras e fotos) interligados, revelados apenas quando a pessoa se movimenta. A cor ganha um dinamismo no espaço através da associação com a dança e música”.